O mundo viveu um dos momentos mais complicados dos últimos anos com a pandemia de coronavírus. Na ocasião, especialmente no pico da doença, muita gente ficou apreensiva com a seguinte dúvida: o coronavírus pode infectar cachorros e gatos?
Felizmente, no início de maio de 2023, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o fim da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) referente à COVID-19, graças principalmente à vacinação.
O Brasil registrou mais de 700 mil mortes por COVID-19 e mais de 37,5 milhões de pessoas infectadas com o vírus. Atualmente, a doença não foi erradicada, ainda infectando mais de 25 mil pessoas por semana no País, mas os casos graves estão se tornando cada vez mais raros.
Porém, quando se trata de doenças epidemiológicas que não são totalmente eliminadas, todo cuidado é pouco. Inclusive, a China está enfrentando uma nova onda da doença, podendo chegar a 65 milhões de casos por semana.
Sendo assim, quanto mais entendermos sobre o vírus e menos fake news forem divulgadas, melhor. Especialmente porque, nesse caso, o coronavírus se originou de animais silvestres, sofrendo uma mutação.
Apesar de já ter sido esclarecido no pico da pandemia que cachorros e gatos não adoecem nem transmitem o coronavírus causador da COVID-19, vale a pena entender o porquê disso para não disseminar medo e informações falsas.
A natureza do coronavírus
Coronavírus diz respeito a uma família de vírus que afetam o sistema respiratório de mamíferos. Suas variações estão espalhadas pela natureza.
O vírus recebeu este nome devido à sua estrutura em forma de coroa – “corona” significa coroa em espanhol.
Alguns coronavírus causam doenças semelhantes ao resfriado nas pessoas, enquanto outros causam doenças em certos tipos de animais, como gado, camelos e morcegos.
Já os coronavírus canino e felino, infectam apenas animais e não infectam pessoas.
Alguns coronavírus que infectam animais podem sofrer mutações e se espalhar entre as pessoas, mas isso é raro. Foi o que aconteceu com o SARS-CoV-2 – o coronavírus causador da COVID-19 -, que provavelmente se originou em morcegos.
As pessoas podem transmitir o SARS-CoV-2 para os pets?
De acordo com o Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC, da sigla em inglês), em todo o mundo foram documentados animais infectados com o SARS-CoV-2.
A maioria dos casos ocorreu após contato com pessoas com COVID-19, incluindo proprietários, cuidadores ou outras pessoas que estiveram em contato próximo.
Não é de se estranhar que o vírus tenha ocorrido a transmissão do vírus aos animais, devido à proximidade com seus tutores, especialmente durante o pico da pandemia, quando as pessoas estavam mais em casa do que nunca.
As evidências mostraram que os gatos têm maiores chances de pegar o coronavírus do que os cães, mas as chances de ambos os animais apresentarem sintomas é muito baixa.
Ou seja, a maioria dos animais não portam o vírus em suas vias aéreas. Aqueles que portam, não desenvolvem a doença na imensa maioria dos casos, pois o SARS-CoV-2 não consegue se replicar nas células de cães e gatos.
Quando em raríssimos casos o animais apresentaram sintomas, foram fracos e sem necessidade de intervenção. Os sintomas foram os mesmos dos humanos, sintomas respiratórios, podendo aparecer diarreia.
Porém, esses casos foram muito raros e em animais expostos a uma carga viral muito alta.
Os pets podem transmitir o SARS-CoV-2 para as pessoas?
Não existem evidências de que os pets podem transmitir o SARS-CoV-2 para as pessoas, especialmente porque eles não desenvolvem a doença na imensa maioria dos casos.
Dessa forma, não há a necessidade de ter medo.
No auge da pandemia, quando não havia vacina e a carga viral no ambiente era extremamente alta, havia o risco de os animais transportarem o vírus em suas patas ou pelos, especialmente se saíssem na rua.
Porém, a situação atual do SARS-CoV-2 no mundo eliminou totalmente esse risco, de forma que você pode ficar totalmente tranquilo com seus pets em casa.
Qual coronavírus pode infectar cachorros e gatos
A coronavirose canina é causada por um vírus específico, ou seja, não é o SARS-CoV-2, chamado de CCoV. Em geral, este vírus causa uma gastroenterite moderada. Além disso, esse vírus pode potencializar outras infecções, como cinomose e parvovirose.
Os filhotes apresentam sintomas mais acentuados. Trata-se de um vírus altamente contagioso, resistente e que se dissemina rapidamente. Por isso, é comum ocorrerem surtos de coronavirose canina em locais com aglomeração de animais, como canis e abrigos. O principal veículo de infecção são as fezes dos animais.
A boa notícia é que a maioria dos protocolos de vacinação para cães inclui o coronavírus.
Os gatos, por sua vez, são infectados pelo coronavírus felino (FCoV), que também causa uma gastroenterite leve e crônica. Assim como nos cães, a transmissão se dá principalmente pelas fezes.
Esse vírus podem sofrer mutações, causando outras doenças, como a peritonite infeccionsa felina, que afeta filhotes, animais mais velhos e animais com o sistema imunológico comprometido.
O método mais eficaz da prevenção dessa doença em gatos, assim como nos cães, é a vacinação.
Considerações finais
O pior da pandemia já passou, mas devemos sempre continuar alertas, pois o coronavírus não foi eliminado totalmente do planeta. Porém, com relação a cães e gatos, podemos ficar totalmente tranquilos.
Os cães e gatos raramente são portadores do SARS-CoV-2, o coronavírus causador da COVID-19. Além disso, quando são portadores muito mais raramente ainda desenvolvem a doença. Por fim, eles com certeza não transmitem o SARS-CoV-2 para as pessoas.
A coronavirose canina e felina são oriundas de infecções por coronavírus espécie específicos, ou seja, que acometem apenas uma espécie – e, dessa forma, não representam riscos para humanos.
Você ficou com medo de transmitir COVID-19 a seus pets durante a pandemia? Ou que eles transmitissem a doença a você? Comente abaixo!