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Sintomas da raiva canina: saiba como identificar a doença

A raiva canina é uma doença quase 100% letal, ou seja, quase todos os cachorros infectados morrem. Além disso, é uma zoonose, de forma que pode ser transmitida do animal para os seres humanos. A doença também pode ser trasmitida entre animais.

Neste artigo, conversaremos sobre os principais sintomas da raiva canina. É muito importante reconhecer a presença da doença no animal devido ao fato de se tratar de uma doença transmissível e incurável.

A prevenção feita por vacinas conseguiu a quase erradicação da raiva. Porém ainda ocorrem casos, em nosso país. Só em 2018, 12 paraenses morreram de raiva entre janeiro e junho.

Continue lendo para entender melhor o que é essa doença, como seu cão pode se infectar, como prevenir e quais as consequências disso.

O que é a raiva canina

A raiva é uma doença transmitida por um vírus do gênero Lyssavirus, da família Rabhdoviridae.

A doença é transmitida pela saliva dos animais infectados. Isso porque o vírus tem uma predileção pelas glândulas salivares, onde se multiplicam. Por isso, o vírus passa a ser eliminado pela saliva.

Para que o vírus infecte um cachorro ou uma pessoa, é preciso encontrar uma ferida aberta. Por isso, a forma em que a raiva é mais transmitida é através da mordida de um animal em um humano ou entre animais.

Além disso, é possível a transmissão do vírus através da lambedura de lesões da pele por um animal infectado.

As principais vítimas, ao lado de cães, gatos e humanos, são os animais silvestres. Dessa forma, morcegos, gambás e mesmo macacos podem ser vetores da doença.

Apesar disso, é importante notar que a transmissão somente vai ocorrer se houver a mordedura ou o contato da saliva infectada com lesões.

Os morcegos podem ser importantes na transmissão da raiva porque são portadores assintomáticos da doença. Porém, é mais comum a transmissão por morcegos hematófagos, que são aqueles que se alimentam de sangue de animais vertebrados.

Morcegos frugívoros, embora potencialmente possam transmitir a doença, dificilmente vão morder outro animal ou ser humano.

Apesar disso, deve-se tomar cuidado ao tentar espantar os morcegos, pois eles podem ficar agressivos. Além disso, cuidado para que o cachorro não tenha contato com o morcego, mesmo se já estiver morto.

Se encontrar um morcego em sua casa, vivo ou morto, chame o órgão responsável pela remoção do animal. Mantenha seu cachorro longe do morcego.

Cachorro escuro raivoso com dentes enormes aparentes

As fases da raiva canina

Assim que o vírus da raiva entra no organismo do cachorro, tem a tendência de migrar para as glândulas salivares. Por isso, temos essa ideia de que o cachorro com raiva baba.

Na realidade, ocorre um aumento da produção de saliva. Porém, o problema é quando o vírus atingir os neurônios. Ao atingir o sistema nervoso central, o vírus não pode mais ser erradicado e o animal morrerá da doença.

A doença se apresenta em duas fases:

1) Raiva furiosa: é caracterizada por uma agressividade intensa, o que pode levar o animal a atacar pessoas, animais e objetos sem motivo aparente.

Essa fase da doença pode durar de um a quatro dias antes de progredir para a fase final, que é marcada por convulsões, paralisia e morte.

Os animais infectados com raiva furiosa podem apresentar outros sintomas, como inquietação, irritabilidade, fotofobia (aversão à luz) e hipersalivação.

2) Raiva paralítica: essa fase dura em média 48 horas. É caracterizada por paralisia muscular, especialmente nos membros inferiores, o que pode levar o animal a apresentar dificuldade para andar, cambaleio e fraqueza muscular.

Outros sintomas podem incluir hipersalivação, hidrofobia (medo de água), mudanças comportamentais e dificuldade para engolir. Essa fase vai culminar com a morte do animal.

Detectando a raiva canina pelos sintomas

Os sintomas da raiva canina podem variar, dependendo do estágio da doença. O período de incubação da raiva canina é de cerca de 2 a 12 semanas. Após esse período, os primeiros sintomas podem aparecer. Alguns dos sintomas mais comuns da raiva canina incluem:

  • Mudanças de comportamento: o cão pode se tornar mais agressivo ou, ao contrário, mais dócil do que o normal;
  • Febre: o cão pode apresentar febre alta e ficar letárgico;
  • Dificuldade em engolir: o cão pode ter dificuldade em engolir alimentos ou água;
  • Salivação excessiva: o cão pode babar mais do que o normal;
  • Paralisia: o cão pode apresentar paralisia parcial ou total;
  • Convulsões: o cão pode ter convulsões ou tremores.

É importante lembrar que nem todos os cães apresentam todos os sintomas da raiva canina. Alguns cães podem apresentar apenas alguns dos sintomas listados acima.

Portanto, esteja atento a quaisquer mudanças no comportamento ou na saúde do seu cão.

Cachorro branco e marron com expressão de raiva furiosa

Lidando com a doença

À menor suspeita de contágio, deve-se recorrer à ajuda urgente de um veterinário. Porém, quando o animal já manifesta a doença, deve-se recorrer ao Centro de Zoonoses local.

Não deixe qualquer pessoa ou animal ter contato com o suspeito de infecção. Se a saliva ou sangue contaminados entrarem em contato com mucosas ou feridas, busque ajuda.

Jamais tente controlar um animal em surto. Profissionais devem ser encarregados pela tarefa, dado o risco de contágio humano.

Se sofrer ataque de algum animal silvestre ou desconhecido, procure um hospital especializado em doenças infectocontagiosas. O ideal é fazer um teste para a detecção da doença e tomar a vacina preventiva.

Para cachorros urbanos, a contaminação com raiva é menos comum após os controles feitos. Porém, os cuidados devem ser redobrados em áreas urbanas com alta concentração de morcegos.

Cachorros que vivem em áreas rurais ou que têm acesso a essas áreas precisam ser supervisionados.

A prevenção é o melhor — e único — remédio

Cão sendo vacinado contra a Raiva Canina

Quando o assunto é raiva canina, não há melhor alternativa que a vacinação. Dentre as vacinas para cachorro, a antirrábica deve ser prioritária.

Embora a incidência da raiva canina tenha diminuído muito, não se pode dizer que a doença foi totalmente exterminada. Por isso, vacine seu cão para protegê-lo da raiva.

Vacine seu animal contra a raiva anualmente. Trata-se de uma medida de cuidado com o cachorro e de saúde pública, já que a doença é uma zoonose.

A boa notícia é que existem campanhas de vacinação gratuitas que permitem que você vacine seu cão todo ano. Fique sempre de olho nas datas dessas campanhas para não perder.

Caso isso aconteça, garanta a imunização do animal em seu veterinário de confiança.

A vacina contra raiva tem efeitos colaterais?

Os efeitos colaterais mais comuns da vacina contra a raiva canina são leves e geralmente desaparecem em poucos dias. Esses efeitos colaterais incluem dor ou sensibilidade no local da injeção, febre baixa e letargia.

Alguns cães podem experimentar outros efeitos colaterais, como inchaço ou vermelhidão no local da injeção, vômitos, diarreia ou dificuldade em respirar.

Se você notar qualquer um desses sintomas em seu cão após a vacinação, é importante entrar em contato com seu veterinário imediatamente.

Em casos muito raros, a vacina contra a raiva canina pode causar reações mais graves, como anafilaxia. A anafilaxia é uma reação alérgica grave que pode causar choque e até mesmo a morte se não for tratada imediatamente.

Os sintomas de anafilaxia incluem dificuldade em respirar, inchaço da face ou garganta, urticária e colapso.

Tenha em mente que a maioria dos cães não têm reações graves à vacina contra a raiva. Por isso, não deixe de vacinar,  pois a vacinação é fundamental para proteger o seu cão e a comunidade de uma doença grave.

É sempre uma boa ideia conversar com o seu veterinário sobre quaisquer preocupações que você possa ter e informá-lo sobre qualquer histórico médico ou alergias do seu cachorro antes de vaciná-lo.

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