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Características e fatos históricos do Cavalo Mangalarga Marchador

O cavalo Mangalarga Marchador, apesar de ter ascendentes europeus, surgiu do cruzamento entre algumas raças feito por criadores de equinos aqui no Brasil. 

Em 1934 surgiu a Associação Brasileira de Criadores de Cavalo da Raça Mangalarga. Na época, eles foram incumbidos de realizar o registro genealógico dentro dos padrões estabelecidos. 

Contudo, à medida que esta raça foi passando por diferentes tipos de cruzamento para se adaptarem à mudança de território, bem como as novas atividades que iria praticar, seus criadores começaram a entrar em discordância. 

Por isso, fundou-se outra entidade com o nome Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador, também credenciada pelo Ministério da Agricultura (MAPA).

Nesse post, vamos falar sobre a história do desenvolvimento desta raça, e como os cruzamentos realizados foram moldando suas características morfológicas.

Boa leitura! 

Origens do Cavalo Mangalarga Marchador

Em 1808, Dom João VI, rei de Portugal, veio junto com a família real para o nosso país fugindo das tropas de Napoleão. Na época, a corte portuguesa estava sendo transferida para o Brasil. 

Dentro de sua frota de 15 navios, o rei estava trazendo alguns cavalos do seu Haras Real de Alter do Chão (Portugal).

A raça destes animais, que também levava o nome de Alter, descendiam do cavalo Andaluza, de origem espanhola. 

Muito estimados em Portugal, os membros da nobreza e realeza europeia requisitavam os cavalos Alter para executar atividades diversas, principalmente de lazer. 

Em solo brasileiro, os exemplares trazidos desta raça também começaram a atrair a atenção dos criadores de equinos, principalmente da região de Minas Gerais. 

Segundo algumas histórias, Dom João VI presenteou o barão de Alfenas, Gabriel Francisco Junqueira, com um exímio garanhão Alter. 

O barão, que já possuía uma fazenda no sul de Minas (herança de seu pai), cruzou o garanhão com algumas de suas éguas. Mas, as fêmeas selecionadas não eram de qualquer raça. 

O objetivo deste cruzamento era aprimorar estes animais para obter um cavalo rústico, forte e com um andar confortável.

Por isso, as éguas escolhidas tinham sangue Andaluz (espanhol) e Berbere (marroquino). 

Deste cruzamento nasceu a raça Mangalarga, que não recebeu este nome a princípio.

Na verdade, os primeiros animais deste cruzamento receberam o nome de “Sublimes”, pois possuíam um andar suave e brando. 

Apesar de Gabriel Junqueira ter sido o responsável pela criação dessa nova classe de cavalos, foi seu sobrinho, José Frausino Junqueira, que auxiliou na seleção e aprimoramento dos Mangalargas. 

Por que o nome “Mangalarga Marchador”?

Cavalo mangalarga marchador

Como citamos, esta raça não recebeu este nome a princípio. Aliás, há algumas versões que tentam explicar a origem de tal denominação. 

A história mais bem aceita é a de que um fazendeiro do Rio de Janeiro adquiriu alguns cavalos da nova raça do barão de Alfenas, e os levou para sua propriedade cujo nome era Fazenda Mangalarga. 

Ao exibir seus cavalos na região de Paty dos Alferes (município do Rio de Janeiro), e também próximo à Corte Real, muitos começaram a se interessar.  

Foi então que novos compradores começaram a surgir e, ao buscar os cavalos na região de Minas, pediam por animais semelhantes ao da fazenda Mangalarga.

Foi assim que tal referência acabou se tornando o nome desta raça. 

A trajetória do Cavalo Mangalarga Marchador

Cavalo Mangalarga Marchador

Como citamos, esta raça passou por alguns cruzamentos que foram moldando suas características morfológicas

Um destes cruzamentos foi planejado por José Frauzino após adquirir um cavalo caríssimo no qual ele decidiu nomear de Fortuna. 

Acredita-se que este cavalo foi um dos reprodutores que mais influenciou na construção dos atributos mais marcantes da raça Mangalarga. 

Além disso, outros cruzamentos foram feitos depois que grande parte da família Junqueira migrou para São Paulo. 

Eles perceberam que seus cavalos Mangalargas não estavam se adaptando bem ao tipo de superfície das fazendas no novo estado, apesar de terem um andar muito macio. 

Por isso, com o objetivo de desenvolver um animal mais rápido, com marcha trotada e galope mais adequado para lidar com o gado e as caçadas, os Junqueiras realizaram novos cruzamentos. 

Desta vez, experimentaram cruzar suas éguas Mangalargas com garanhões da raça Árabe, American Saddlebred Horse e Puro-sangue Inglês

Daí, surgiu o cavalo Mangalarga Marchador paulista, como alguns gostam de se referir.

Afinal, os Mangalargas que nasceram deste cruzamento feito em São Paulo possuíam características muito diferentes dos que nasceram no sul de Minas. 

Este foi o principal motivo pelo qual surgiram duas associações de criadores diferentes, como citamos no comecinho do artigo. 

Principais características morfológicas da raça

O cavalo Mangalarga Marchador é considerado um animal de sela, com personalidade dócil e resistente para atividades de longa distância.

As éguas tem um média de altura que varia de 1,40 m a 1,54 m. Já os machos variam de 1,47 m a 1,57 m. Ou seja, são animais de porte médio. 

Sua cabeça é triangular, seu pescoço tem formato piramidal e seu perfil é retilíneo. Seus olhos, que costumam ter uma cor mais escura, são bem apartados um do outro. 

Ainda sobre as características da sua face, os Mangalargas possuem orelhas de tamanho médio bem apontadas para cima, lábios mais afilados e narinas com uma abertura ampla. 

Características corporais

Sobre seus detalhes corporais, esta raça não possui um peitoral muito sobressalente. Mas, como suas costelas são compridas e arqueadas, estes animais possuem uma boa amplitude da caixa torácica. 

Além disso, seu lombo reto interliga de forma proporcional e harmônica o dorso, que tem um bom comprimento, com sua garupa, que é um pouco inclinada e musculosa. 

Outro detalhe interessante é sobre suas pernas e coxas, que são bem delineadas, compridas e fortes, assim como seus braços. Suas canelas são pequenas e seus cascos são arredondados. 

Sobre sua cauda, os Mangalargas possuem cerdas delicadas e macias. A região do sabugo, que fica na base da cauda, é um pouco curta e direcionada para baixo. 

Lembrando que estes cavalos têm um andamento marchado a quatro tempos, que é mais lento comparado ao seu andamento saltado (galope). 

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